Sedetec aponta baixo comprometimento com escalonamento na capital
Última atualização em 07 maio 2020 às 15h30
Estudo feito na primeira semana de flexibilização do horário do comércio e serviço na capital aponta que 60% dos estabelecimentos continuam abrindo entre 07h e 8h.

Os empresários da capital não aderiram de forma voluntária à
recomendação de escalonamento de horários para diminuir as aglomerações no
transporte coletivo. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia
(Sedetec) entre os dias 29 e 06 de maio. A sugestão da CMTC foi acatada pelo
prefeito na semana passada e visa minimizar a aglomeração de usuários em
terminais e em pontos de embarque e desembarque, numa ação de combate a
propagação da COVID-19.
O relatório do estudo feito em oito terminais da capital com 2.240
trabalhadores mostra que cerca de 60% dos estabelecimentos continuam abrindo às
07h ou às 08h, que são os horários normais da cidade. Não há uma divisão entre
os cinco horários criados e verificou-se ainda a presença de trabalhadores no
transporte coletivo de segmentos que não tem autorização para abrir de acordo
com os decretos estadual e municipal publicados com regras de isolamento social
para conter a pandemia do novo coronavírus.
“A intenção da prefeitura, num primeiro momento, era de recomendar, mas vimos
que apenas cerca de 15% dos empresários entenderam a importância de diluir o
fluxo no transporte coletivo”, disse o secretário Walison Moreira, da Sedetec.
“As pessoas ao não flexibilizarem o horário da empregada doméstica, por
exemplo, coloca a própria família em risco e também a profissional”, reforça
Moreira.
O estudo verificou que 46% dos entrevistados atuam em segmentos que não estão liberados para atuar. Os dados serão levados à próxima reunião do comitê de crise e deverá servir para ajustes no decreto. “Muitos responderam fazer parte do segmento serviços gerais, o que não estava previsto no decreto e será usado por nós para possíveis ajustes no escalonamento, como inclusão de novos segmentos e mudança no horário de entrada”, explica o secretário, que acredita que poderá ter que mudar a recomendação para determinação.
Ao determinar, os fiscais da Central de Fiscalização Covid-19 poderão e deverão notificar, multar, interditar, e até mesmo promover denúncia na justiça. “Existem muitas pessoas trabalhando em empresas que não poderiam estar abertas. Essa conclusão precisa de mais análise para comprovação estatística”, aponta um trecho da conclusão do relatório.
Acesse aqui os dados da pesquisa
Antônio Bento, da Diretoria de Jornalismo