Em nota encaminhada à imprensa nesta terça-feira (2/5), o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE) ressalta que os próximos 15 dias serão decisivos para que as atividades econômicas possam ser reiniciadas com segurança em Goiânia. Destaca ainda o plano de retomada responsável que esta está sendo elaborado em conjunto com os representantes empresariais e observa que o monitoramento da evolução epidemiológica irá orientar quaisquer medidas adicionais.

Segundo o COE, embora haja uma grande angústia do setor empresarial pela reabertura das atividades, devido às importantes perdas econômicas, sociais e emocionais que são consequência das quarentenas, cujo pleito é legítimo, neste momento em que se pode vislumbrar o fim da epidemia na cidade é importante a união de todos. “Poder público e entidades empresariais devem buscar dois objetivos principais: apressar o fim da epidemia e salvar mais vidas.


Para isto, as duas próximas semanas serão cruciais, pois, além do esforço feito por todos até aqui, é preciso um esforço extra para chegarmos mais rapidamente à reta final da epidemia na capital. O resultado será o retorno às atividades de forma segura, tranquila, planejada, sequencial e com menor risco de retroceder a um fechamento causado por aberturas não sustentadas pelo cenário epidemiológico”, diz a nota.

A reunião do COE municipal foi realizada nesta segunda-feira, 1o de junho, e contou com a participação de membros da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e da secretária Fatima Mrué, do Procurador-Geral do Município, Brenno Kelvys, e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia do município, Walison Moreira. Também participaram membros do Conselho Municipal de Saúde e da Universidade Federal de Goiás ( UFG), além de representantes do Ministério Público do Estado de Goiás e da Federação do Comércio do Estado de Goiás.

Veja a íntegra abaixo:

Nota à imprensa

A reunião ordinária do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública – COE, realizada nesta segunda-feira (1/6), teve como principais pautas a discussão do atual momento epidemiológico da covid-19 em Goiânia e a reflexão sobre as projeções do curso da doença para as próximas semanas.

De acordo com os estudos apresentados pela equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), feitos com base no declínio da curva de casos, já é possível vislumbrar o fim da epidemia em Goiânia. A interpretação das curvas projetadas levou em consideração a taxa de isolamento social, que é o principal fator aceito pela Organização Mundial de Saúde para medir a disseminação do novo coronavírus. O isolamento está intimamente relacionado à taxa de transmissão da doença, ou seja, para quantas pessoas a doença é transmitida por uma única pessoa infectada.

As curvas projetadas pelo estudo da UFG consideram três cenários possíveis assumindo diferentes taxas de isolamento social no período entre 22 de maio de 31 de julho: uma em torno de 50-55% (semelhante ao atingido no início da quarentena em Goiânia, pelo decreto estadual); outra em torno de 38% (semelhante ao atual momento); e uma terceira com uma taxa de isolamento com tendência de redução chegando até em torno de 30% (semelhante à rotina da população antes do início da pandemia).
O isolamento social projetado nos três cenários reflete diretamente na estimativa projetada de números necessários de leitos convencionais, leitos de UTI, número de casos confirmados e de óbitos por COVID-19. No melhor cenário, considerando 50-55% de isolamento da população no período, seriam necessários menos de 50 leitos de UTI por dia e os óbitos chegariam a um total de 200 até final de julho 2020. No cenário com isolamento mantido em 38%, seriam 200 leitos-dia de UTI e um total acumulado de 1.000 óbitos por COVID-19. No pior cenário, que assume tendência de redução gradual do isolamento no período, o número de leitos de UTI necessários diariamente passaria para 380 e o total de mortes por COVID-19 chegaria a 1.700.

Com base nestes estudos pode-se dizer, com segurança, que o isolamento social conseguido no início da epidemia em Goiânia foi capaz de salvar aproximadamente 1.500 vidas. O estudo também permite dizer quantas vidas ainda podem ser salvas. Caso a evolução ocorra conforme o primeiro cenário, ou seja, atingindo isolamento social de 50-55%, entre 800 a 1.600 pessoas deixarão de morrer por COVID-19. Diante do estudo é possível dizer que o resultado final da epidemia em Goiânia dependerá fundamentalmente do comportamento da população nas próximas semanas.

Durante a reunião também foi respaldado o decreto municipal que reabriu os mercados, as imobiliárias e permitiu a volta da preparação física dos jogadores dos times de profissionais de futebol. O COE foi de opinião que, seguindo os protocolos de segurança, o retorno destas três atividades não deverá implicar em aumento das aglomerações e consequente transmissão da doença. Foi ressaltado que os mercados foram criados e são regidos pela lei dos supermercados, portanto o funcionamento já estava previsto no decreto estadual. As imobiliárias possuem correlação com a construção civil e não terão atendimento presencial. Já os treinos serão restritos aos profissionais e não haverá presença de torcida.

A reunião do COE municipal contou com a participação dos membros da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, do Procurador-Geral do Município, Brenno Kelvys, do Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia do município, Walison Moreira. Também participaram da reunião do COE, membros do Conselho Municipal de Saúde e da Universidade Federal de Goiás. Além de representantes do Ministério Público do Estado de Goiás e da Federação do Comércio do Estado de Goiás.

Embora haja uma grande angústia do setor empresarial pela reabertura das atividades, devido as importantes perdas econômicas, sociais e emocionais que são consequência das quarentenas, cujo pleito é legítimo, neste momento em que se pode vislumbrar o fim da epidemia na cidade, é importante a união de todos. Poder público e entidades empresariais devem buscar dois objetivos principais: apressar o fim da epidemia e salvar mais vidas.

Para isto, as duas próximas semanas serão cruciais. Pois, além do esforço feito por todos até aqui, é preciso um esforço extra para chegarmos mais rapidamente à reta final da epidemia na capital. O resultado será o retorno às atividades de forma segura, tranquila, planejada, sequencial e com menor risco de retroceder a um fechamento causado por aberturas não sustentadas pelo cenário epidemiológico.

Ao final da reunião ficou claro que os próximos 15 dias serão decisivos para que as atividades econômicas possam ser reiniciadas com segurança. Para isto, um plano de retomada responsável está sendo elaborado em conjunto com os representantes empresariais. Foi também ressaltado que a transmissão da doença será monitorada de perto e a evolução da situação epidemiológica irá orientar quaisquer medidas adicionais.