A Prefeitura de Goiânia reforça o direito de todos a uma educação pública de qualidade. Especificamente aos surdos, a Secretaria Municipal de Educação (SME) promove ações e disponibiliza professores intérpretes para que os alunos possam crescer bilíngues no que se refere às duas línguas envolvidas: o português na modalidade escrita e a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Nas unidades onde estão matriculados alunos surdos, a SME disponibiliza um professor intérprete e encaminha esses estudantes a um dos Centros Municipais de Apoio à Inclusão (Cmai) para que ele aprimore seus conhecimentos em Libras e no português escrito. Como é o caso da pequena Maria Fernanda, de 12 anos, aluna da Escola Municipal Itamar Martins Ferreira.

Na instituição, ela é acompanhada pelo professor intérprete de Libras Leone de Morais. A aluna sempre teve acesso a um intérprete na escola e conta que aprendeu a Língua Brasileira de Sinais aos 4 anos de idade. Em sala de aula, Maria Fernanda convive com os outros colegas e conta que muitos aprenderam Libras para se comunicarem com ela.

“Fiz inúmeros amigos ao longo dos anos. Eles, inclusive, aprenderam alguns sinais para se comunicar comigo. Acho esse gesto incrível e isso mostra a importância da inclusão”, diz em Libras a jovem, que frequenta uma sala de aula regular, conforme determina o Plano Nacional de Educação (PNE).

Além do acompanhamento em sala de aula, os alunos com deficiência recebem Atendimento Educacional Especializado (AEE) no contraturno, onde têm acesso a recursos de acessibilidade que auxiliam no processo de aprendizagem, conforme explica o secretário de Educação de Goiânia, Wellington de Bessa.

“Cada estudante é único e possui suas especificidades. Por isso, a Prefeitura de Goiânia disponibiliza uma rede de apoio para que alunos com deficiência tenham acesso a uma educação pública de qualidade. Promovemos ações pedagógicas e disponibilizamos monitores e intérpretes de Libras aos alunos com necessidades educacionais especiais”, afirma.

Rede de apoio

Essa rede de apoio, que começa em sala de aula, conta ainda com dois Centros Municipais de Apoio à Inclusão, o Cmai Brasil Di Ramos Caiado e o Cmai Maria Thomé Neto. A SME realiza atendimento especializado no CAE Renascer, no Centro de Orientação, Reabilitação e Assistência ao Encefalopata, além de 35 Salas de Recurso Multifuncionais (SRM) que atendem a faixa etária de 5 anos até a modalidade de Educação de Adolescentes, Jovens e Adultos (Eaja).

Como é o caso da aluna Eliane Oliveira Dias, de 48 anos, que cursa a terceira série da Eaja na extensão da Escola Municipal Getulino Artiaga. No passado, a aluna interrompeu os estudos por falta de inclusão. Eliane é surda e na adolescência não teve acompanhamento adequado. Depois de 30 anos, ela voltou às salas de aula com o incentivo da amiga Vera Balbino, da Associação dos Surdos de Goiânia.

A aluna é acompanhada pela professora intérprete Cláudia Coqueiro e professora regente Sônia Miranda e se diz muito acolhida pela escola. “Ambas organizam muito bem as atividades. Tenho a tradução das aulas em Libras e, apesar das dificuldades, recebo a atenção necessária das professoras e tenho meus colegas que também estão sempre me apoiando, com muito carinho e respeito”, pontua.

Adriene Bastos, Núbia Alves e Thiago Araújo, da editoria de Educação

Fotos: Luiz Fernando Hidalgo