Em São Paulo, Rogério Cruz apresenta avanços na mobilidade de Goiânia, e ressalta investimentos para que “qualquer cidadão possa utilizar transporte público”
Última atualização em 10 agosto 2022 às 15h26
Prefeito participa de evento da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), com tema “Transporte público metropolitano e gestão da crise de mobilidade após as eleições”. “Quem não investir em tecnologia ficará para trás”, diz, ao demonstrar estrutura do novo Terminal Isidória, e discorrer sobre projetos em desenvolvimento na capital relacionados à área

O prefeito Rogério Cruz participou, nesta quarta-feira (10/08), em São Paulo, de evento da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), com tema “Transporte público metropolitano e gestão da crise de mobilidade após as eleições”. Ancorado pelo vice-presidente da ANTP, Cláudio de Senna Frederico, e moderado pelo jornalista Alexandre Pelegi, o bate-papo também contou com a participação do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
O evento integra atividades da 35ª edição do Seminário Nacional NTU 2022, que ocorre em paralelo com a LAT.BUS Transpúblico, Feira Latino-americana do Transporte, e maior evento em mobilidade urbana da América Latina.
Ao público, Rogério Cruz apresentou avanços na mobilidade de Goiânia, e ressaltou investimentos para que “qualquer cidadão possa utilizar transporte público”. “Conseguimos avançar a partir de investimentos, principalmente em tecnologia, e quem não o fizer ficará para trás. No caso de Goiânia, nos reunimos com o governo estadual e prefeituras da Região Metropolitana para superar as dificuldades”, ressaltou, ao destacar que a decisão de subsidiar o transporte impediu o aumento da passagem, que está congelada em R$ 4,30, desde 2019.
O prefeito detalhou que “o subsídio compartilhado é um avanço histórico”, uma vez que as tarefas foram divididas entre o governo estadual e as principais cidades que integram a Grande Goiânia, beneficiando cerca de 2,5 milhões de habitantes. “Goiânia arca com o subsídio de 41,2%, Estado de Goiás com 41,2%, o município de Aparecida com 9,4%, e Senador Canedo com 8,2%”, destacou.
“Essa divisão foi feita em parceria, após muito diálogo. Conversamos com os operadores de transporte e, enquanto houver subsídio, não haverá aumentos na tarifa, que é de R$4,30. E o que foi acordado tem sido cumprido”, frisou. Ele lembrou que essa e outras iniciativas criadas pela gestão municipal têm como objetivo “garantir a dignidade dos usuários do transporte público”.
Responsabilidade compartilhada
O âncora Cláudio de Senna Frederico apontou falta de engajamento por parte do Governo Federal no problema. Segundo o engenheiro, os prefeitos são os principais agentes de enfrentamento do problema da crise, e contam com pouco auxílio nacional.
“Há pouco reconhecimento do governo federal em relação ao transporte ser um problema do país”, ressaltou, ao pontuar que a crise escancarou a importância e reconhecimento do gestor fora da prefeitura. “Alçou a imagem do prefeito a uma posição merecida, de que ele está lutando e as ondas batem nele primeiro”, ponderou.
O prefeito de Porto Alegre e vice-presidente de Mobilidade da Frente Nacional de Prefeitos, Sebastião Melo, por sua vez, afirmou que o Brasil nunca teve uma política pública perene de infraestrutura, financiamento de modais e integração de sistemas para as cidades. “Temos 86% dos brasileiros vivendo nas cidades, os prefeitos estão colocando recurso público para o transporte, mas o governo federal virou as costas”, disse.
Sebastião Melo defendeu que “as pessoas precisam ter acesso à cidade, no sentido mais amplo, e que isso passa pela mobilidade”. Também lembrou que, ao contrário de Goiânia, sua cidade ainda não conseguiu estabelecer parceria com a gestão estadual. “Hoje só anda de ônibus quem não tem outra opção, essa é a realidade. É preciso forçar um debate nacional, discutir o papel dos estados, as cidades estão dentro do Brasil”, argumentou.
Sobre o tema, Rogério Cruz, destacou que objetivo da capital goiana é atrair todos para o transporte público, e isso é feito a partir de melhorias no serviço prestado à população. “Transporte de qualidade é dignidade, e apostamos em melhorias para atrair todos, até quem tenha outro meio de locomoção, para que decida utilizar o transporte público. Isso alivia as vias públicas”, disse.
Investimentos em tecnologia
“Quem não investir em tecnologia ficará para trás”, destacou Rogério Cruz sobre o uso da tecnologia na área da mobilidade. Ele citou o exemplo do Terminal Isidória, que foi ampliado para receber o BRT. “Possui tecnologia completa, com câmeras que leem as placas do ônibus e permitem controle de horários, que é uma das principais demandas dos cidadãos”, arrematou.
Outro uso da tecnologia citado pelo prefeito é o pagamento da tarifa de ônibus via cartão de crédito ou débito por aproximação, e a criação de cartões específicos para incentivar e facilitar o uso do transporte público na capital.
O prefeito também falou sobre as obras do BRT, em andamento desde 2012. “Estamos empenhados em fazer essa entrega à população, com previsão de conclusão até o segundo trimestre de 2023. Atualmente, trabalhamos na parte de tecnologia das vias”, disse.
Novos bilhetes
Rogério Cruz falou sobre os novos bilhetes já lançados em sua gestão e novos produtos que se tornarão realidade, em breve, na capital. O Bilhete único, por exemplo, encurta viagens em cerca de 50 minutos por dia, ao permitir que os usuários troquem de ônibus sem pagar nova passagem.
Outra novidade é o Passe Livre do Trabalhador, que permite aos funcionários realizar até 8 viagens por dia, sem aumentar os custos para as empresas que fizerem adesão à modalidade. “Assim, ele pode realizar outras atividades, como deixar o filho na escola, ou até mesmo passar no mercado”, observou.
“Estamos preparando agora meia tarifa para quem anda até 5 quilômetros, e vai pagar somente R$2,15. Estamos na fase de estudo para que o chip funcione via GPS, e os testes serão realizados em cidade da Região Metropolitana antes da implantação em Goiânia”, detalhou.
Futuro
Rogério Cruz apresentou iniciativas em estudo, no sentido de promover o uso das ciclovias e ciclorrotas na capital. “Trabalhamos para projetar um cartão que possa interligar os ônibus com o transporte avançado (Citybus 3.0), bicicletas e táxis nas estações. Toda a interligação deve ter início, meio e fim”, frisou.
O prefeito colocou a equipe técnica da capital goiana à disposição para dialogar e levar as experiências exitosas de Goiânia para que Porto Alegre avance no diálogo com o governo estadual. “E depois vamos juntos ao governo federal, esse é o caminho para um transporte público de qualidade”, arrematou Rogério Cruz, em fala direcionada ao prefeito Sebastião Melo.
Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) – Prefeitura de Goiânia