Nicolau Calil Musse, 77 anos, é filho de imigrantes libaneses, nascido na cidade Guaxupé (MG), em 1944. Mudou-se para Goiânia aos 23 anos, em 1967, e se formou alguns anos depois em Arquitetura pela então Faculdade Católica de Goiás. Trabalhou durante 16 anos no antigo IPLAN, da Prefeitura de Goiânia, e seis anos na Secretaria Municipal de Governo.

Atualmente, o arquiteto é aposentado e apaixonado por maquetes, e tem como hobby o Ferromodelismo, onde recria, há cinco anos, em uma maquete no seu ateliê, suas lembranças dos tempos de criança com as locomotivas e estradas de ferro. “Há muitos anos eu construo essa maquete, que inclusive tem os movimentos reais dos trens, que percorrem os trilhos. Então, pelo aniversário de Goiânia, eu construí outra especialmente dedicada à Antiga Estação Ferroviária. A escolhi por ser um patrimônio tombado pelo IPHAN e uma das mais importantes representações da Art Déco em Goiânia. Foram 30 dias de produção e ela está aí prontinha”, afirma Nicolau.

Ele conta que a ideia da maquete da Estação Ferroviária surgiu para agregar força na criação de uma Associação Goiana de Ferromodelismo, que pretende contar a história das estradas de ferro goianas. “É o meu desejo e de mais alguns com o mesmo hobby. Após apresentação da maquete ao secretário municipal de Cultura, Zander Fábio; e ao diretor técnico do Museu Frei Confaloni, Danilo Gomes, surgiu a oportunidade de expô-la na antiga Estação Ferroviária, como uma homenagem de um arquiteto ferromodelista tão bem acolhido por esta terra. Farei com o maior prazer”, comenta.

Foto: Teth Musse

O ferromodelista afirma que o processo criativo passa desde a concepção do espaço e pesquisa por imagens, fotografias físicas do espaço a ser executado, estudo das plantas arquitetônicas disponíveis até a elaboração de projetos no computador para corte e montagem da maquete. “É um trabalho minucioso de arte e arquitetura que encanta a mim e a todos. O maior desafio foi descobrir como fazer as esquadrias (portas e janelas) que acabaram sendo impressas em papel vegetal. Utilizei de madeira, papéis com texturas impressas imitando as originais, impressões em 3D e tintas variadas para acabamento. Tudo junto e no fim sempre dá certo. É a minha paixão pela cidade materializada”.

“Uma verdadeira obra de arte! Me encantei com a história de vida e com a arte produzida pelo Nicolau. Temos um grande artista e uma obra linda. Fui à casa dele e vi de perto cada detalhe da maquete. Goiânia merece e ele também merece nosso reconhecimento pela bela homenagem oferecida nos 88 anos da nossa cidade. Em breve a maquete estará exposta no Museu Frei Confoni, na Estação. Sobre a Associação, vamos juntos lutar pela criação”, afirma o secretário Zander Fábio.

Lívia Máximo, editoria de Cultura