17/09/2013

UM PASSEIO PELA HISTÓRIA EVOLUTIVA DO HOMEM E DA OCUPAÇÃO DO CERRADO
Grupo de alunos inseridos na área de abrangência do Puama visitou o Memorial do Cerrado no último sábado

Curiosidade, entusiasmo, busca de conhecimento e uma variedade de outros sentimentos e sensações motivaram o passeio de um grupo de alunos e professores da Escola Municipal Deputado Jamel Cecílio ao Memorial do Cerrado no último sábado. A visita foi propiciada pelo Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) e teve como objetivo comemorar o dia do Cerrado, celebrado no último dia 11.

A escola, localizada no Jardim Vila Boa, e os respectivos alunos estão inseridos na área de abrangência do Setor 1 do Parque Linear previsto no Programa, que terá dimensão estimada de 24 km, beneficiando 131 bairros no total. Ações como essa fazem parte das atividades de educação ambiental que serão trabalhadas com os diversos públicos de relocação do programa.

O passeio

Em torno de 20 alunos e cinco professoras da instituição, além de integrantes do Puama, participaram da visita monitorada. Da chegada à saída muita empolgação e entusiasmo tomaram conta de todos. No primeiro ambiente do Memorial do Cerrado, o Museu de História Natural, os alunos fizeram vários questionamentos, pois tudo chamava a atenção. Uma atitude que, segundo o monitor, o incentiva nas explicações. “Quando eles perguntam muito a gente percebe que querem aprender, que estão entusiasmados e prestam atenção nas informações”, destaca Leonardo José de Assis Freitas, acadêmico de História, monitor no Memorial há um ano. Ainda de acordo com Leonardo, todos os monitores fazem um treinamento para lidar com as diferentes idades e por isso, tiram de letra as especulações dos garotos.

Ao passar pelo labirinto dos períodos evolutivos da Terra e do Homem, um ponto chamou bastante atenção: a evolução da vida no período mesozoico, em que há a exposição de exemplares de dinossauros e fósseis. Parceiros durante a visita os alunos Gabriel Henrique e João Pedro, adoraram o ambiente. “Achamos muito legal, pois a gente aprendeu e viu muitas coisas sobre os dinossauros”, afirmaram. As alunas Larissa Alves de Lima e Yngrid da Silva Bento, de 11 e 12 anos respectivamente, também gostaram muito do passeio, sobretudo devido às explicações. “Eu já estive aqui outra vez sem monitor e foi diferente, porque a gente só olhava e não se interessava porque não tinha ninguém para explicar. Agora hoje aprendi muita coisa”, destacou Yngrid.

Já no segundo ambiente, a Vila Cenográfica de Santa Luzia, foi uma diversão. Uma representação das cidades históricas em nosso Cerrado exemplifica como viviam as famílias nos séculos XIX e XX. Casa de família rica, escola, comércio, jornal, e vários outros espaços foram visitados.

Ainda na vila cenográfica, o grupo visitou uma fazenda autossustentável e pôde visualizar objetos e ambientes talvez apenas imaginados ou vivenciados apenas em histórias como monjolo, casa da farinha, oficinas de rapadura e açúcar, moenda, entre outros.

E por fim, uma visita pelo Quilombo, uma réplica em tamanho natural dos modelos de quilombos existentes no cerrado.

Conteúdo pedagógico

De acordo com Camila Chaves de Pina, Especialista em Gestão de Impactos Ambientais do Puama, a atividade teve como objetivo conscientizar o grupo sobre a importância do Cerrado. “A partir dessa visita pudemos também propiciar aos alunos um pouco mais de conhecimento sobre a história e evolução do ser humano, sob a perspectiva da interação do homem com o meio ambiente.”

Para a diretora da escola, Maria de Fátima Bernardes Macedo, o objetivo foi alcançado. “Já estive aqui várias vezes, mas nunca foi tão proveitoso quanto hoje. Foi uma aula de campo em que os alunos aprenderam bastante e vão levar para o resto da vida, ainda mais no que diz respeito à conscientização, afinal, elas são o nosso futuro e certamente se tornarão multiplicadores desse conhecimento”.

Já a professora de Geografia, Lúcia Tereza, também considerou o passeio positivo. “O conteúdo ensinado em sala de aula foi visualizado no Museu e isso acrescentará muito no aprendizado deles”, destacou. “E a intenção é dar continuidade a esse trabalho, pois iremos rever conteúdo, fazer oficinas de redação, poesia, desenhos, tudo com essa temática apreendida aqui”.

Memorial do Cerrado

O Memorial do Cerrado é uma unidade da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), que tem como objetivo disseminar conhecimentos culturais, científicos e realizar pesquisas por meio dos ambientes que representam as diversas formas de ocupação do Cerrado e os modelos de relacionamento com a natureza e a sociedade. O espaço conta a história evolutiva da humanidade, retratando desde a origem do planeta Terra à chegada dos portugueses ao Brasil.

Essa viagem pela história começa no Museu de História Natural; passa pela Vila Cenográfica de Santa Luzia, uma réplica em tamanho original dos primeiros povoados; segue pelo Quilombo, local de resistência para onde iam os escravos fugidos; pela Aldeia Timbira, uma réplica em tamanho original de uma aldeia indígena e termina na Trilha Ecológica, com árvores e plantas nativas do cerrado.

Autor: Selma Soares