Unidades de Conservação - Arborização urbana

Pela primeira vez em sua história Goiânia conta com um Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU). Trata-se de um documento de suma importância, que traça um diagnóstico preciso da arborização presente nas vias públicas da cidade (calçadas, ilhas, praças) e determina todas as diretrizes para o plantio, a poda e a retirada de árvores nessas áreas. Elaborado pela Gerência de Arborização Urbana da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), o plano ajudará a preservar as 950 mil árvores presentes nas vias públicas da cidade, e que fazem de Goiânia a capital estadual com maior número de árvores por habitantes do Brasil (0,79 exemplar por habitante), superando Curitiba (0,17) e João Pessoa (0,06). Em breve, o PDAU será transformado em instrução normativa pela Amma.

Outro ponto importante do plano é que ele pode ajudar a acabar com os problemas de árvores que interferem nas fiações elétricas, quebram as calçadas e geram outros transtornos aos cidadãos. Isso acontece porque o plano recomenda as espécies mais adequadas para cada tipo de área, alerta sobre as variedades menos adequadas e sobre as formas corretas de plantá-las e cultivá-las. Conforme o PDAU, 5% das árvores das vias públicas da cidade (cerca de 47 mil exemplares) precisam ser monitoradas, pois estão com o ciclo de vida avançado e merecem cuidados especiais.

O plano também mostra que há 382 espécies de árvores diferentes nas vias públicas de Goiânia. A espécie mais presente é a Monguba, que responde por 19% do total de exemplares. Em seguida vem a Sibipiruna, com 17%. Confira, abaixo, as 15 espécies mais prevalentes:

 Nome Popular  Nome Científico  Família  Qtde.  Freq.%
 Monguba  Pachira aquatica Aubl.  Bombacaceae 25.481  19,150 
 Sibipiruna  Caesalpinia pluviosa
 var. peltophoroides Benth.
 Leguminosae-
 caesalpinioideae
22.687  17,050 
 Guariroba  Syagrus oleracea (Mart.) Becc.  Arecaceae 10.432  7,840 
 Ficus-benjamina  Ficus benjamina L  Moraceae 6.481  4,871 
 Sete-copas  Terminalia catappa L.  Combretaceae 6.467  4,860 
 Ipê-de-jardim, Cedrinho  Tecoma stans (L.) Juss. Ex Kunth  Bignoniaceae 4.059  3,050 
 Quaresmeira-roxa  Tibouchina granulosa
 (Desr.) Cogn.
 Melastomataceae 3.979  2,990 
 Palmeira-imperial  Roystonea borinquena O.F. Cook  Arecaceae 3.447  2,590 
 Bauhinia-lilás, Pata-de-vaca  Bauhinia variegata L.  Leguminosae-caesalpinioideae 2.289  1,720 
 Mangueira  Mangifera indica L.  Anacardiaceae 2.276  1,710 
 Oiti  Licania tomentosa
 (Benth.) Fritsch
 Chrysobalanaceae 2.010  1,510 
 Flamboyant  Delonix regia
 (Bojer ex Hook.) Raf.
 Leguminosae-caesalpinioideae 1.983  1,490 
 Palmeira-areca  Dypsis lutescens
 (H. Wendl.) Beetje & J. Dransf.
 Arecaceae 1.810  1,360 
 Bauhinia-rosa  Bauhinia blakeana Dunn  Leguminosae-caesalpinioideae 1.424  1,070 
 Jambo-do-pará, Jambo-vermelho  Syzygium malaccense
 (L.) Merr. & L.M. Perry
 Myrtaceae 1.291  0,970 
Fonte: Amma

No caso da Monguba, como ela é normalmente atacada por uma praga (Euchroma gigantea), apresenta riscos de queda, principalmente durante o período chuvoso. “Para prevenir danos e acidentes, estamos monitorando essas árvores e, no caso daquelas que caem, substituindo por exemplares saudáveis de outras espécies”, explica o gerente de Arborização Urbana da Amma e coordenador do PDAU, Antônio Esteves. Outra espécie que também está sendo monitorada é a Sibipiruna, pois como possui galhos com folhas fartas e muito pequenas, acaba colaborando para o entupimento de calhas e bocas-de-lobo.

Cuidados

O PDAU determina todos os procedimentos para o plantio, a poda ou a retirada de árvores nas vias públicas. Conforme Antônio Esteves, o ideal é que cidadão entre em contato com a Amma, na hora de definir a espécie que plantará na sua calçada, pois a opção depende de fatores como largura da calçada, largura da rua, equipamentos urbanos e fiação elétrica. “Depois de escolhida a espécie, a pessoa deve fazer uma cova a pelo menos 60 centímetros de distância do meio-fio e deixar uma área permeável, sem concreto, de pelo menos 1 metro quadrado ao redor da cova”, recomenda.

O gerente aconselha, ainda, que em locais de grande movimentação seja instalado um gradil para proteger a vegetação. “Infelizmente, o número de casos de vandalismo com árvores é grande. De todas as espécies plantadas, 70% não chegam à idade adulta por depredação da população”, informa. Para reduzir esse índice, a Amma tem apostado em ações de envolvimento da comunidade, como o Programa Plante a Vida. Através dessa ação, a Agência distribui mudas de espécies nativas do cerrado para a população. Cada pessoa assina um termo de compromisso, onde se responsabiliza pelo plantio da muda, conforme as recomendações dadas pelos técnicos da Amma.

O Plante a Vida comemorou, no dia 5 de junho de 2008, três anos de existência e já distribuiu, desde 2005, 700 mil mudas. Conforme pesquisa realizada pela Amma com 3 mil pessoas que receberam as mudas, 81% dos exemplares se desenvolveram e foram plantados conforme os cuidados ensinados.

Vivo

O PDAU também teve a importante participação da Vivo, pois a empresa patrocinou a impressão de todos os exemplares do plano que serão distribuídos aos órgãos públicos de meio ambiente, instituições de ensino e pesquisa, bibliotecas, organizações não-governamentais, veículos de comunicação e outros segmentos da sociedade. “Para a Vivo, participar desse projeto é um exercício de cidadania. Acreditamos ser preciso somar à rentabilidade dos negócios ética, comprometimento, compromisso com o cliente, humanização, desenvolvimento integrado, inovação e Responsabilidade Socioambiental. Esses valores e princípios solidificam nossa missão”, afirma o diretor regional Vivo/ Centro-Oeste e Norte, João Truran Neto.

O presidente da Amma, Clarismino Luiz Pereira Junior, também frisa a importância da participação da Vivo no projeto. “Sozinho, o poder público não consegue promover todas as ações necessárias para a preservação ambiental. Quando a iniciativa privada se torna nossa parceira, nossa eficácia e poder de alcance são muito maiores”, avalia. Para o presidente, o PDAU deve ter um impacto significativo na preservação da biodiversidade urbana, pois colabora para a proteção da vegetação e para despertar na sociedade a consciência de que é preciso zelar pela arborização pública.